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Sentir para viver, viver a sentir…

“Estou alegre!!! Que bom!”

“ é horrível esta tristeza… Não quero!!!!”

“Não te percebo, és como as estações do ano!!!"

Não saber lidar com as emoções é uma das principais causas de sofrimento e dissabores que cada um de nós, vivencia. As emoções afectam o nosso bem estar, os nossos relacionamentos pessoais e profissionais, a imagem que temos de nós próprios e a nossa própria saúde.

É bastante mais fácil assumir que se sentem emoções tidas como positivas (alegria, entusiasmo, serenidade…), do que negativas (tristeza, raiva, medo…). Contudo todas são legítimas e inclusive mental e fisicamente saudáveis, adaptativas e necessárias ao nosso desenvolvimento enquanto seres humanos. Daí que, embora as rotulemos como positivas ou negativas, no fundo não o são. Todas as emoções são simplesmente naturais, não obstante poderem assumir maior ou menor densidade para cada um de nós, maior ou menor grau de conforto.

As emoções existem como sinais de alerta sobre o que corre bem e menos bem nas nossas vidas, representando alertas corporais, que nos dão a possibilidade de corrigir rumos e alterar sentires.



Todos nos confrontamos com o dilema: devo reprimir, resistir ou negar o que sinto ou pelo contrário, devo expressar livremente e sem filtros?

Se expresso, posso magoar as outras pessoas, mas, se reprimo, posso me ferir.

Há contudo uma terceira alternativa: não resistir às emoções, acolhê-las em nós sem julgamento, observá-las, reconhecê-las e aceitá-las como parte integrante (que são) de nós próprios. Após isto, analisá-las, entender as suas raízes:


· De onde veio isto? O que despoletou?

· O que há em mim que tenha provocado este sentir?

· Que parte de mim está esta emoção a espelhar?


Desenvolver o hábito de observar as emoções, reconhecê-las, descobrir como elas vêm à tona e aceitá-las como legítimas e partes de nós, em vez de tentar controlá-las faz com que a intensidade das mesmas seja menor e mais facilmente se alterem os estados emocionais mais densos ou penosos. Afinal, as emoções são partes de nós e existem por uma razão…são o nosso termómetro interior; conhecê-las e aceitá-las é também conhecer e aceitarmo-nos.

Ao identificarmos, conhecermos e aceitarmos as nossas emoções, desenvolvemos empatia para com quem nos rodeia, pois também identificamos e reconhecemos as emoções nos outros e como tal, mais facilmente as aceitamos nos outros e eles próprios, traduzindo-se numa melhoria dos relacionamentos interpessoais.


Assumir a responsabilidade pelas nossas emoções e a nossa responsabilidade na alteração daquelas que nos trazem desconforto ou sofrimento, em vez de culpar os outros ou o contexto onde estamos é um dos principais passos para conseguirmos ser melhores líderes na nossa vida, para assumirmos as rédeas de nós próprios e do nosso bem estar interior, aumentando o nosso grau de satisfação connosco próprios e nas relações que estabelecemos pessoais e profissionais.


O que nos perturba não são os acontecimentos, mas sim a opinião que temos sobre eles. Muitas vezes é a rigidez nas nossas crenças que nos faz sentir mal. Crenças irracionais tais como “Tenho de ter tudo controlado!” ou “Sou assim pela educação que os meus pais me deram, pela minha história”; levam muitas vezes a frustrações, irritação, nervosismo, resignação, vitimização, tristezas, medos, agressividade…e um sentimento irreal de impotência.

Se racionalmente tivermos um pensamento alternativo ou conseguirmos integrar uma nova crença, a forma de agir e sentir também será diferente.

A gestão de emoções é um processo emocional mas também, um processo fortemente racional. É como ir à ginástica trabalhar o cérebro. Habituá-lo a pensar de forma diferente, a ser mais tolerante para com nós próprios e mais flexível.

Como a forma mais fácil para o nosso cérebro é pensar de forma irracional e instintiva, são esses os nossos primeiros pensamentos perante situações que nos ocorrem. Para termos os efeitos desejados na forma como nos queremos sentir, o trabalho de agir e pensar de forma diferente deve ser constante, sistemático, frequente e feito de forma continuada.

É pois um trabalho de auto-conhecimento, aceitação de si próprio, legitimação dos sentires e como tal, posterior auto-regulação e regulação das expressões para com os outros.


No que toca o expressar aos outros as nossas emoções, é importante gerir quando o  fazer, pois  nem sempre os outros estão disponíveis ou preparados para ouvir e aceitar, assim como gerir “ o como”  o fazer. Isto só é possível mediante o trabalho prévio de auto-conhecimento já aqui falado e que nos permite reconhecer, aceitar e transmitir o que sentimos de forma clara e assertiva, por forma a que o outro compreenda, empatize e possa corresponder às necessidades que identificamos, perante determinadas situações.


“ As emoções foram feitas para ser acolhidas e não resistidas.” Osho


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